Os primeiros "tocos"Eu me chamo Bárbara Sylvia, tenho vinte e poucos anos – os detalhes da idade eu considero desnecessários – e estou a mais ou menos, 7 meses tentando ingressar na profissão de tatuadora por influência de meu irmão, minha cunhada e outros tatuadores que me incentivaram. Já comecei a fazer alguns “riscos” e ainda divido o meu tempo entre um trabalho de carteira assinada em uma recepção de um albergue pra lá de estressante e divertido em Copacabana, uma faculdade que já não me motiva tanto quanto antes para eu poder tatuar. Não fiz muitos trabalhos ainda, mas, o pouco que já fiz deu pra sentir o que é a vida de um tatuador. Como todo bom iniciante, fico empolgadíssima com os trabalhos que faço. Essa empolgação se dá antes, durante e depois, e eu adoro mais ainda quando os meus amigos e conhecidos falam: "Caramba, ficou muito bom, eu quero uma também!" ou " Você pode fazer a minha quando?” Ai ferrou. Me sinto um pavão. Afinal, existem vários artistas muitos bons e experientes que eles podem recorrer para fazer uma boa tattoo. Ai ferrou. Um pavão querendo ser um polvo para poder conseguir tatuar dois ao mesmo tempo já que o meu tempo é escasso. Mas me conformo com minhas limitações de ser humano destro e mexo e remexo nos meus horários para coincidir com os das pessoas e finalmente marco o trabalho. "Porra que máximo! Vou tatuar dois essa semana. Um na quinta e outro no sábado." Espalho a notícia, afinal tenho que mostrar que eu realmente estou me dedicando a isso. E além do mais, gosto de ter trabalho pra fazer. Daí desmarcando e remarcando os meus compromissos para dar tudo certo com as tattoos, recebo a 1ª notícia pelo orkut: "Aborta a missão irmã, não vou poder no sábado. Depois explico." Meu corpo broxou. Mas tudo bem, bola pra frente. Tenho ainda mais uma pessoa para tatuar no dia seguinte.
Dia seguinte, fico o dia todo tentando ligar para a pessoa na tentativa de CONFIRMAR a tattoo. Não queria mais uma missão abortada, senão eu iria ter um aborto. E olha que eu nem to grávida. Tento ligar o dia todo do meu trabalho. Não consigo. Saio do trabalho batida pro estúdio. Quando chego lá, continuo tentando ligar, e nada. Surge a primeira pergunta: "E ai Bárbara, vai tatuar hoje?" "É estava marcado, estou tentando confirmar." E nada de eu conseguir confirmar. Tento matar o tempo pintando um desenho que tinha feito. Até que percebi que eu realmente não iria tatuar naquele dia.
Como todas as mulheres, ou pelo menos a maioria que "tomam um toco", desejei boa noite a todos, comprei quatro barras de chocolates e fui comendo pelo caminho de volta pra casa.
E foi assim que aconteceu comigo. Os primeiros "tocos" no mundo da tattoo que só fizeram almentar a minha vontade de tatuar.
Agora é esperar a próxima!
Bárbara Sylvia - Mega Wartz
Bárbara Sylvia - barbara.sylvia@yahoo.com.br
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